segunda-feira, 12 de abril de 2010

Viagem à Europa: muito mais que só passeio.

Venho por meio desta postagem falar sobre a minha viagem e mais ainda sobre a minha sede por mais. Mais conhecimento, mais culturas, mais línguas, mais pessoas, mais países, mais loucuras e mais experiências, amadurecimento e conhecimento próprio. Porque, ao meu ver, é isso que você adquire ao fazer uma viagem como a que eu fiz à Europa. Cinco semanas, quatro delas estudando inglês em uma escola para estrangeiros que eu nunca tinha ouvido falar e aonde eu não conhecia ninguém além do meu irmão. E essas mesmas quatro semanas seriam passadas com uma família sobre a qual eu tinha poucas informações. O que esperar? Nada menos que uma experiência incrível e renovadora. É esse tipo de loucura, essa coragem requerida para mergulharmos no desconhecido, que faz de nós pessoas melhores. Aprendi muito, e isso me fez relembrar como é bom aprender, como é importante estar sempre de mente, coração e olhos abertos para o novo. Nos vemos convivendo com pessoas novas e totalmente diferentes de nós, seja no idioma, na cultura, nos hábitos... mas ao mesmo tempo são pessoas estão na mesma situação que nós, num país desconhecido, no qual muitas vezes não se domina o idioma fluentemente, mas que rapidamente se aprende a se comunicar.
O meu maior desafio não foram as pessoas, nem a minha hostfamily ou sequer o frio quase insuportável do inverno inglês. O meu maior desafio foi a alimentação. Sim, aquela comida sem gosto, congelada e enlatada que eu me via comendo na escola e em casa. Mas com o tempo eu me acostumei (bom, com o tempo e com os restaurantes italianos que eu comia sempre que tinha chance), e bom, se você está em um lugar novo, tem que se adaptar e estar aberto a tudo, certo?
Viajei muito, conheci lugares e pessoas incríveis e voltei com muito mais do que uma mala a mais. Eu voltei com um milhão de histórias para contar, fotos que me fazem viajar de novo, e, o mais importante: eu voltei com mais maturidade, com mais vontade de me atirar ao novo e ao desconhecido, com uma vontade ainda maior de conhecer e interagir com pessoas completamente diferentes de mim e mais ainda, eu voltei me conhecendo mais. E isso para mim é impagável. Obrigada CP4 por uma viagem que eu nunca vou esquecer, e obrigada mais ainda a todo mundo que foi e que proporcionou momentos incríveis, engraçados, constrangedores, enfim, obrigada a todo mundo que fez, de alguma maneira, os meus dias na Europa (Cambridge, Edimburgo, Londres, Paris, Amsterdã, entre outras) especiais, incríveis e inesquecíveis.

Desabafo para começar.

Você me diz 'Eu te amo'. Tum tum TUM. Meu coração pula tão rápido dentro do meu peito que me esqueço de respirar. Em seguida completa 'Mas estou com ela'. Silêncio. Não sinto mais nada. Meu coração acabou de ser quebrado em mil pedaços. 'Como assim ?!' eu pergunto. 'Não acho justo com ela', escuto em resposta. Ainda silêncio. Ainda não sinto nada. Como é possível? 'Eu te amo!' me percebo dizendo. 'Eu também te amo', escuto de novo. Mas não é o mesmo de antes. Não tem o mesmo amor. 'Então por que...' começo. Mas me obrigo a engolir minhas palavras de angústia. De mágoa. De confusão. Ainda não entendo, mas não importa mais. Ai, aonde deixei minha chave de casa? Eu quero ir embora. Não agüento mais ficar aqui. Não tem cadeiras neste lugar? Minhas pernas pararam de me obedecer. 'Tudo bem?' ouço, mas sua voz parece tão distante... 'Tudo ótimo', respondo mecanicamente, lutando para evitar as lágrimas que teimam em cair. Eu quero gritar. Dizer que não mereço toda essa dor que começa a tomar meu corpo.
Xingar, Esperniar. Tudo me parece tão pouco. 'Quero ir pra casa', digo, mas não ouço a minha voz. Ele ouviu. Ele sempre ouve. Era uma das suas qualidades que eu mais gostava. Agora já não me parece tão boa. 'Vamos, eu te levo', o escuto dizer. Sempre tão gentil. Tento dizer que não precisa, que não quero. Não consigo. Me sinto fraca. Qualquer palavra parece simplesmente pesada demais. 'Vamos', e não espero. Não quero mais ficar aqui. Quero ir embora sem olhar para trás. Preciso de chocolate, filmes de terror e melhores amigas. Percebo que estou sendo seguida. Droga. Porque ele não me deixa? Ele tem que ver o tamanho do estrago que causou em mim? Tenho novidades: você não o verá, amorzinho. Engulo a seco o choro e a dor. Posso lidar com eles mais tarde. Me viro. Paro. 'O que foi?', é o que sai da sua boca, seu rosto surpreso e relutante. Parece pressentir a bomba que vai sair de mim. Recuo. 'Nada. Esquece.' , digo. Sinto um nó na garganta. Hora de bater em retirada. Seu rosto relaxa ao pereceber que a bomba apagou. Quem me dera.
Entro no carro. A porta se fecha ao meu lado. Olho pra frente mas não vejo nada. Silêncio. Mas não é mais aquele silêncio bom que costumávamos ter. Esse parece impossível de ser quebrado. Ele percebe a minha inquietação. Como não percebê-la ? 'Amigos?', ele pergunta. Não respondo. Ainda não me sinto pronta. 'Vá ficar com ela!', sinto vontade de dizer. Mas não digo. Olho pela janela e me deparo com o mar. Me perco nos meus pensamentos, no meu mundo. 'Chegamos', ele diz. De volta a realidade. Saio do carro e sou acompanhada até a porta. Me obrigo a olhar para ele. Respira, tenho que me lembrar. Nada é dito. De repente sou envolvida por aquele abraço que eu conheço tão bem. Mas já não é o tão reconfortante. ' Até amanhã', ele diz. 'Tchau', me percebo dizendo. 'Tchau', digo a mim mesma.